Veja como evitar acidentes domésticos durante a quarentena

Idosos são as principais vítimas de quedas dentro de casa, mas alguns cuidados ajudam a reduzir os riscos.

Quanto mais tempo em casa, maiores as chances de sofrer um acidente doméstico. A equação é simples. De acordo com dados Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia,  75% das ocorrências das quedas ocorrem dentro de casa e 50% dos idosos caem pelo menos uma vez ao ano.

Banheiro e cozinha são os ambientes mais perigosos para os acidentes, que são potencialmente mais perigosos para idosos e crianças. “Para os idosos o problema fica ainda mais grave já que eles têm a musculatura mais rígida e fraca e eles possuem mais desequilíbrio”, explica Cadu Ramos, fisioterapeuta especialista em traumatologia pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Confira algumas dicas para minimizar os riscos.

Ao se levantar da cama – durante a noite ou pela manhã
É importante evitar usar chinelos ou só meias. Antes de se levantar, vale sentar na cama primeiro, ascender uma luz que deve ficar logo ao alcance das mãos, com algum interruptor na cabeceira da cama ou um abajur.

Livre o caminho
As cadeiras, tapetes, calçados e fios não devem estar no caminho da cama até a porta do quatro, por exemplo, e nem nos corredores de acesso da casa. Tomadas e quinas devem estar sempre protegidas das crianças.

Cuidado com as subidas
Seja para subir um pequeno degrau ou usar algo para alcançar algum objeto, a tenção precisa ser redobrada nessas horas. É essencial prestar a atenção e olhar cada degrau antes de pisar e nunca se distrair com outra coisa enquanto sobe ou desce uma escada. No mais, os objetos devem estar sempre à mão e ao alcance, para subidas maiores – como trocar uma simples lâmpada, vale chamar sempre um especialista.

Sapatos
Aqueles modelos em que o pé fica bem encaixado e com sola antiderrapante são os mais ideais para usar dentro de casa, sempre.

Grande parte dos acidentes com idosos, é possível evitá-los com as medidas certas. Assim, há máxima segurança e proteção às pessoas da terceira idade.

Juiz de Fora, 20 de abril de 2020.

Higiene bucal: É ainda mais importante em tempos de Coronavírus

A boa higienização bucal pode até mesmo evitar problemas pulmonares, considerados agravantes nos contaminados pela covid-19

Em meio à pandemia do novo coronavírus, a maior preocupação é cuidar da higiene pessoal, principalmente das mãos. Mas os cuidados com a higiene bucal também devem ser lembrados, afinal, uma das portas principais de entrada do vírus é a boca. Manter uma boa higiene bucal é também importante forma de prevenção de doenças nesta pandemia. E o cuidado redobrado com a higiene das mãos é de extrema importância para a nossa saúde bucal. É o que explica o professor Vinícius Pedrazzi, da Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto (Forp) da USP.

A recomendação do especialista é ter cuidado de higienizar as mãos, usando os protocolos corretos, antes de higienizar a boca. “Como as mãos vão ser imprescindíveis para o uso do fio dental, do higienizador de língua e da escova de dentes, é importante que estejam bem higienizadas, para que a gente possa levá-las até a cavidade bucal”, diz Pedrazzi.

O professor explica que o estado de saúde do paciente que tenha contraído a covid-19 pode ser agravado, caso sua higiene bucal não seja feita da maneira correta. E, ainda, que uma boa higienização da boca pode evitar, principalmente, problemas pulmonares que tornam a doença ainda mais perigosa.

“É muito importante que nós façamos a higienização correta da língua e de todos os dentes, mas com cuidado muito especial para os molares, aqueles mais próximos da faringe, para evitar a pneumonia por aspiração. Então, para prevenir quem está com coronavírus, e mesmo quem não tenha a doença, de agravos de infecções pulmonares, é imprescindível a higienização bucal correta”, destacou.

Outro alerta de Pedrazzi é para a troca de escova dental que deve ser feita sempre que uma pessoa estiver se recuperando de alguma infecção, para evitar risco de recontaminação, além da importância do uso de fio dental e enxaguante bucal.

O professor diz que essas medidas são específicas para a higiene bucal, durante esse período do novo coronavírus, mas que devem ser levadas para o resto da vida, já que a qualquer momento as pessoas podem ser infectadas por algum outro vírus.

Outra dica importante é a forma correta de cuidar de nossas escovas dentais e nossos higienizadores de língua, mantendo-os imersos em solução desinfetante, à base de água e enxaguante bucal, para evitar a reinfecção após cada uso.

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Fonte: Uol/VivaBem/Jornal da USP (16/04/2020)

8 cuidados de higiene ao voltar para casa durante a quarentena

8 passos para manter-se em segurança ao voltar para casa durante a quarentena (Foto: Divulgação

Seja para ir ao mercado, à farmácia ou dar uma volta rápida com o cachorro, alguns motivos podem obrigá-lo a sair de casa durante esse período de quarentena. Mas para manter sua casa em segurança, precauções devem começar a ser tomadas antes mesmo de colocar os pés para dentro novamente.

As dicas a seguir fazem parte do protocolo divulgado pela Sociedade de Medicina e Cirurgia de Campinas com o objetivo de reduzir o risco de contaminação, com a ressalva de que não é possível fazer uma desinfecção total. Por isso, dentro do possível, dê preferência a deliverys ou serviços de entrega e permaneça em casa. 

1. Tire os sapatos antes de entrar
Nos preocupamos tanto com as mãos, por elas estarem frequentemente em contato com nariz, boca e olhos, que nos esquecemos que através dos sapatos trazemos muitos micro-organismos para dentro de casa. Tendo em vista que o coronavírus pode sobreviver por até 3 dias em superfícies, não custa evitar usar os sapatos que caminharam lá fora aqui dentro.

2. Deixe bolsa, chaves e carteira em uma caixa na entrada
Não tem saco para higienizar cada um dos seus pertences pessoais? Então, nem pensar em apoiá-los na bancada ou mesmo levá-los ao quarto. Deixe todos em uma caixa próxima à entrada e utilize apenas quando for sair de casa, lembrando de não levar a mão aos olhos, bocas e nariz durante o uso. 

3. Não toque em nada antes de higienizar as mãos
É claro que você não vai conseguir passar pela porta se não encostar na maçaneta, mas faça deste seu único obstáculo até a pia. Depois de lavar bem as mãos, não se esqueça de higienizar a maçaneta, a embalagem do detergente ou sabonete, e a torneira.

4.  Desinfete as patas do seu pet após passear com ele
Uma das raras exceções para sair de casa é permitir que cães façam suas necessidades fora de apartamentos e casas pequenas. Mas assim como você, ele também pode trazer o vírus ao caminhar para dentro. Pensando nisso, limpe as patas do pet com álcool gel assim que voltar da rua. Essa prevenção pode ser feita até duas vezes ao dia, mas não é recomendável passar o produto nos pelos, por causar ressecamento

5. Limpe seu celular e óculos 
Eles estão sempre conosco e, neste momento, podem representar um alto risco de contaminação. Principalmente depois de sair, limpe seu celular e óculos de grau com água e sabão. Durante o dia, você pode reforçar a higienização com álcool gel. 

6. Higienize o que trouxer da rua antes de guardar
Embalagens, sacolas reutilizáveis e alimentos devem ser higienizados antes mesmo de encostar na sua bancada. Nem pense em levá-los direto para a dispensa ou para a geladeira. 

7. Tire a roupa e coloque em uma sacola plástica 
As roupas utilizadas na rua não devem ser misturadas àquelas utilizadas em casa até o momento da lavagem. Se possível, coloque para lavar assim que chegar em casa. Se não, deixe-a separada em uma sacola plástica fechada. 

8. Tome banho 
Melhor do que apenas lavar as mãos ou utilizar álcool gel é tomar um banho completo. Isso irá garantir que qualquer gotícula que por acaso tenha entrado em contato com sua pele não chegue às vias de risco, como olhos, bocas e nariz. 

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Fonte: G1 / Bem Estar / POR ALINE MELO – 26 MAR 2020 – 07H08 ATUALIZADO EM 07 ABR 2020 – 07H16

Coronavírus e atividade física: idosos devem se movimentar mesmo em isolamento doméstico

Manter-se ativo é muito importante e ajuda no fortalecimento da imunidade, ainda mais para o grupo de risco para a COVID-19. Especialistas ensinam exercícios que os mais velhos podem fazer sem sair de casa

Em época de recolhimento domiciliarestar ativo é primordial para a saúde física, mental e emocional. Principalmente quando se trata dos idosos, que merecem maior cuidado por estarem entre os acometidos mais gravemente pelo coronavírus. Mesmo diante de todos os aspectos negativos quanto à doença, essa acaba sendo uma oportunidade para se cuidar melhor. Educadores físicos ensinam como os mais velhos podem se exercitar dentro de casa, com indicações para que a prática de atividades não ultrapasse os limites do corpo de cada um, sem risco de acometer a coluna ou prejudicar a mobilidade, por exemplo. Nada de ficar o dia todo deitado, em frente à televisão. A hora é de se mexer. E abaixo aos pijamas!

Manter-se ativo na terceira idade é importante não só durante a quarentena. As atividades físicas para idosos auxiliam em uma melhora na qualidade de vida, previnem males como a osteoporose, depressão, doenças cardíacas e diabetes, entre outros. É o que pontua o ortopedista especializado em coluna vertebral, Daniel Oliveira. “Nessa fase, a mobilidade e força muscular acabam comprometidas e os exercícios são fundamentais para melhorar o sistema imunológico, tão falado no momento, a resistência, a coordenação motora, o equilíbrio e a disposição ao longo do dia. Além de melhorar a saúde cardiovascular, respiratória e diminuir o estresse nas articulações”, esclarece.

Os idosos são apontados como grupo de risco para o coronavírus justamente pelas complicações advindas das características normais da idade avançada. Questões como a imunidade e o perigo maior quanto a doenças crônicas fazem com que o quadro de quem contrai o vírus se agrave, continua o médico.

O pedido é para que essas pessoas não saiam nas ruas. “Assim, aqueles que antes praticavam caminhada, hidroginástica ou atividades nas academias ao ar livre acabam sem saber o que fazer em suas residências e como realizar esses exercícios. Diferente do que muitos pensam, é possível movimentar o corpo sem sair de casa. Alongamentos, caminhadas leves, mesmo que pelos cômodos da casa, além de atividades que fazem uso do próprio peso corporal e danças são recomendadas e essenciais. Além dos benefícios para o corpo físico, as atividades auxiliam também na redução da ansiedade durante esse momento de pandemia”, ensina.

Ficar o dia todo deitado na cama ou sentado no sofá pode ocasionar dores na coluna e na lombar, além de prejuízos ao aspecto emocional dos mais velhos. A inatividade contribui para o aumento nas taxas de queda, de obesidade e doenças cardíacas. “É tudo que o idoso não precisa, ainda mais que está enquadrado como grupo de risco para a COVID-19Hábitos devem ser recriados nesse período. Acordar, tomar banho, trocar de roupa e tomar um café da manhã saudável já fazem com que a cama não seja a primeira opção”, diz o ortopedista. Se ficar assentado no sofá, Daniel recomenda estipular um tempo específico para isso e, pelo menos a cada meia hora ou 40 minutos, levantar e andar pela casa. “Não gaste o dia inteiro em uma mesma posição. Tente outras atividades que exijam um pouco mais de esforço.”

Na quarentena, as atividades em grupo estão proibidas, mas podem ser realizadas com os outros membros da família, acrescenta o especialista. A interação durante os exercícios físicos é muito importante para a saúde mental e emocional do idoso, pontua. “A prática regular produz a sensação de bem-estar.” Em meio a tantas notícias desastrosas, é fundamental encontrar equilíbrio. “A OMS, inclusive, listou algumas dicas para que consigamos passar por esse período turbulento com mais serenidade, e as atividades físicas, de relaxamento e lazer, mesmo que dentro de casa, estão entre elas.”

Em tempo de isolamento, os exercícios ajudam também a passar o tempo, liberam hormônios do prazer, como endorfina e serotonina, melhoram a qualidade do sono, aumentam a disposição, previnem doenças, minimizam aflições, entre outros inúmeros benefícios. “Enquanto nos movimentamos, colocamos um pouco os problemas de lado. É uma ótima forma de fazer um detox mental. Sabemos do que está acontecendo no mundo, mas conseguimos nos sentir melhor com nós mesmos. Existem estudos, inclusive, que constataram que apenas 15 minutos de caminhada ao dia já são capazes de reduzir os riscos de depressão em 26%”, recomenda o médico.

“Não podemos dizer, de forma alguma, que a alimentação adequada ou a atividade física previnem o contágio pelo coronavírus. Mas posso afirmar que uma pessoa com o sistema imunológico fortalecido conseguirá passar pela doença, caso seja infectada, com mais chances de sair vitoriosa”, continua.

Como lembra Daniel, hoje a internet e redes sociais são bons parceiros. Educadores físicos e fisioterapeutas têm disponibilizado vídeos online voltados para o público acima de 60 anos, com exercícios caseiros interessantes. “Se o idoso puder conversar com seu médico ortopedista, cardiologista, clínico ou até mesmo fisioterapeuta, melhor ainda, pois assim terá a noção de quais desses vídeos podem ser realizados sem o risco de lesões ou eventuais problemas na coluna ou joelho”, salienta.

Caminhadas pelos cômodos (com atenção para evitar quedas), sentar e levantar da cadeira, exercícios que utilizam o peso do próprio corpo ou com pesos leves (alimentos ou garrafinhas de água) e cabos de vassoura, se liberados pelo profissional de saúde, são indicados. “Meu conselho é, se possível, dedicar partes do dia para esses cuidados. Treinos de meia hora, quarenta minutos de intensidade leve ou moderada já são suficientes. É importante dizer que, dentro de casa, não é hora de virar atleta, mas sim se movimentar, pensando nos benefícios que esses exercícios vão trazer para o corpo, a saúde e a cabeça.”

Os idosos precisam se exercitar de forma harmoniosa de acordo com sua condição física, mesmo que seja o mínimo possível, ensina o educador físico da Cia Athletica, André Chernicharo. Quem não estava acostumado à prática pode fazer atividades simples e, para quem já tinha uma rotina de atividades físicas, antes da pandemia, deve continuar treinando de forma equilibrada, com acompanhamento apropriado, para não perder o ritmo, como esclarece André.

Já que é um público com particularidades inerentes à idade, o ambiente também precisa ser observado para assegurar a eficiência dos movimentos e evitar lesões. André lembra que tapetes, móveis baixos e objetos no chão podem ocasionar quedas. “O ideal é que o espaço seja amplo. Se não for possível, é preciso adaptar os exercícios para um espaço menor”, orienta a educador físico. Ainda que seja um momento propício para estabelecer uma rotina de atividades físicas, exageros não são bem vindos.

E, para manter a saúde cerebral, é importante acrescentar treinamentos cognitivos, com atividades que envolvam raciocínio, memória e noção espacial, ensina André. O maior desafio é lidar com as adaptações e driblar a falta de motivação que a ausência da rotina de atividades pode proporcionar. Uma ideia é se arrumar da mesma forma, como se fosse sair de casa. “Alimente-se bem, coloque uma roupa apropriada para exercícios (nada de pijamas!), encha uma garrafinha d’água, separe a toalhinha e vá para a sua academia particular”, reforça o educador físico.

Longos intervalos de solidão, distância da rotina normal, receios quanto à segurança de amigos e parentes. Tudo isso contribui para piorar o desânimo e gerar sintomas depressivos em idosos, atrapalhando o objetivo de se manterem ativos e produtivos. “A ironia é que, como especialistas da saúde de idosos, sempre recomendamos a sociabilização e atividades fora de casa. O vínculo com as pessoas e o suporte social não devem cessar, e sem isso, será muito difícil que a pessoa se exercite”, pontua André.

O contato com parceiros e profissionais para compartilhar metas e desafios é importante, mas é também imprescindível o apoio da família. “Os familiares precisam se preocupar em manter os idosos em casa, mas acima de tudo, precisam estimulá-los, encorajá-los e dar-lhes recursos tecnológicos e conhecimento para que se adaptem à nova realidade. Não basta isolá-los.”

Mario de Almeida tem 85 anos e, mesmo recolhido em casa, não fica parado – busca sempre ocupar o tempo. À frente de uma empresa de representação comercial, com a qual trabalha até hoje, conta que a atividade profissional está parada por enquanto. Para afugentar o tédio, caminha todos os dias dentro do próprio apartamento, no terceiro andar, sobe e desce as escadas, continua o caminho pelas dependências do prédio, em um percurso de 60 metros, que repete várias vezes a cada dia, três vezes por semana. “Faço alongamento e exercícios de respiração, tomo muita água, tenho uma boa alimentação, com frutas e salada, e também me ocupo com os afazeres domésticos”, conta, ele que exerce a função de síndico do edifício onde mora em Belo Horizonte, mais uma alternativa para se manter ativo.

Veja dicas de como os idosos podem passar por esse momento com mais saúde, segurança e bem-estar

– A recomendação é que a intensidade dos exercícios seja adaptada às condições de saúde de cada um. Não exagere. O treino pode ser simples, sempre respeitando os limites do corpo e o espaço dedicado a essas atividades

– Atividades de intensidade baixa já são o suficiente para fortalecer o sistema imunológico. O importante é que sejam consistentes e realizadas com frequência

– Todo e qualquer exercício deve começar com a intensidade moderada. Aos poucos, à medida que o corpo se acostuma à nova rotina, os exercícios podem, de acordo com a condição física e de saúde de cada indivíduo, ter a intensidade aumentada gradativamente

– Para começar, recomenda-se um aquecimento articular adequado, mobilizando ombros, quadril e coluna, seguindo com exercícios básicos de fortalecimento muscular

– Movimentos rítmicos ou pequenos deslocamentos do corpo estimulam o sistema cardiorrespiratório

– Encerre com alongamento e relaxamento

– Prepare um espaço adequado: tapetes, móveis baixos, objetos no chão podem aumentar o risco de queda

– Arrume-se para praticar os exercícios da mesma forma que faria se fosse sair de casa

– Treinamentos cognitivos, com atividades que envolvam raciocínio, memória e noção espacial também são indicados

– Alimente-se bem

– Suporte emocional também é importante

– Procure orientação: o ideal é que as pessoas que já praticavam atividades físicas mantenham contato com seus professores. Felizmente a prática conta, hoje, com ajuda da tecnologia, que facilita a comunicação. O idoso que já está acostumado e tem confiança no profissional não deve sofrer nenhuma intercorrência

– Quem não tem a orientação de um profissional deve ser criterioso na busca por opções que mais se aproximem das práticas com as quais está familiarizado, e ter a consciência de que agora não é o momento de se aventurar em novas modalidades.

Sobre os tipos de exercício, o ortopedista Daniel Oliveira ensina:

– Exercícios de aquecimento precisam ser de baixa intensidade e feitos antes de qualquer exercício, com o objetivo de elevar a temperatura corporal, preparando os músculos e as articulações para a prática

– Exercícios respiratórios também são importantes para melhorar o fluxo de oxigênio para todo o organismo, aumentando a capacidade ventilatória do pulmão

– Exercícios para o equilíbrio e coordenação, como dança e yoga, são ótimos para fortalecer a musculatura e trabalhar o centro gravitacional e a coordenação motora

– Exercícios para a agilidade, como subir um degrau da escada e descer, recrutam a musculatura de forma rápida e ágil

– Exercícios como como a musculação, pilates e ginástica localizada, feitos em casa nesse período, fortalecem os músculos e protegem as articulações, diminuindo o risco de quedas e o cansaço do dia a dia

– Exercícios de relaxamento ajudam a manter o tônus muscular para executar as tarefas cotidianas com menos fadiga.

Fonte: Estado de Minas – postado em 05/04/2020 14:20 / atualizado em 05/04/2020 14:24

Brasil tem 4,3 milhões de idosos vivendo sozinhos; coronavírus muda rotinas e impõe desafios

No grupo de risco da Covid-19, pessoas com mais de 65 anos enfrentam dificuldades para seguir a rotina com isolamento social e contam com ajuda de familiares, vizinhos e amigos.

Mais de 4 milhões de idosos vivem sozinhos no Brasil, segundo dados do IBGE. Além de estarem no grupo de risco do novo coronavírus, essas pessoas enfrentam dificuldades para realizar tarefas cotidianas com as medidas que estão sendo adotadas para conter a propagação, como isolamento social, fechamento de comércio e serviços não essenciais e restrição de circulação.

Para superar essas dificuldades, alguns recorrem aos familiares, amigos e vizinhos.

Moradora de Barra Mansa, no Sul do Rio de Janeiro, Maria José Ramos, de 73 anos, é mãe de três filhos e tem um neto. Ela mora sozinha há 10 anos desde que parte dos familiares foi morar na capital fluminense e um filho foi morar nos Estados Unidos.

Quando a crise do coronavírus se agravou, os vizinhos do condomínio fizeram uma “rede de ajuda” para casos de necessidade.

“Os meus vizinhos todos já se ofereceram para fazer compra para mim ou para me ajudarem em casos de emergência”, conta Marzé, como é conhecida pelos amigos. “Eu tenho o Hugo aqui no prédio, que é o amigo do meu neto e é como se fosse um neto também. No último domingo, ele trouxe comida aqui que a esposa dele fez. A gente fez uma cadeia de colaboração aqui no condomínio.”

Em entrevista ao G1, ela diz que não parou sua atividade física semanal no período de isolamento social. Além de praticar pilates, ela aproveitou para intensificar a leitura para não ficar tão irritada com as restrições de convívio.

“Eu estou irritada, mas sigo quietinha em casa. Eu estou fazendo todos os exercícios de pilates para passar o tempo. A professora está mandando para a gente os vídeos do que temos que fazer pelo WhatsApp. Eu estou fazendo em casa durante uma hora”, afirma. “Acordo, tomo café, faço pilates, faço minhas orações e tenho lido bastante.”

Servidora pública do Tribunal Regional do Trabalho, Ana Margarida Pereira Pinto continuou trabalhando em casa após o isolamento. Com três filhos, ela mantém contato com os familiares sempre pela internet.

“Não tenho abusado deles, não. Tenho me virado bem sozinha”, conta Ana Margarida, que mora no Grajaú, Zona Norte do Rio. “Uma coisa que está ajudando muito é fazer chamada de vídeo, pelo WhatsApp, com 3 pessoas. Dá uma sensação de proximidade muito grande”, diz.

Ela afirma que criou uma rotina para se dividir entre trabalho, atividades domésticas e lazer.

“A gente ficou sozinho. A gente não pode ter nossa faxineira, nossa ajudante. Porque elas correm risco e a locomoção está dificultada”, diz. “Estou fazendo tudo na minha casa. Estou procurando fazer isso: ter momento dedicado ao trabalho, momento dedicado para organização da casa e um momento para lazer, ver alguma coisa, bater papo com os amigos.

Apoio da família

Já Gena Leal, de 86 anos, foi para a casa da filha Júlia, na Tijuca, Zona Norte do Rio, enquanto está em vigor o isolamento social. Ela se diz privilegiada por ter uma família que a acolhe tão bem.

“Estou sendo tratada como uma princesa”, conta Gena. Ela diz que está aproveitando a companhia dos netos, Stephanie e Giovanni. O contato também é constante com a outra filha, Aida, mas pelo telefone e pela internet.

“Sou uma pessoa para cima. Já tive tumor no cérebro. Operei. Agora estou ótima. Faço crochê, tricô, faço comida, gosto de colorir livros para passar o tempo.”

Sua maior preocupação é com quem não tem o mesmo apoio e está sofrendo as consequências do coronavírus.

“Na época da guerra não se passava o que está passando hoje. Nós tínhamos vale para apanhar comida, tinha lugar que dava leite, não faltava nada. Agora tem gente desempregada, sem salário”, afirma Dona Gena, lembrando de sua infância durante a Segunda Guerra Mundial.

Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul lideram

O Rio de Janeiro e o Rio Grande do Sul têm o maior número de idosos vivendo sozinhos em relação à população total do estado, de acordo com os dados do IBGE obtidos pelo G1.

No Rio, há 544 mil pessoas com mais de 65 anos morando sozinhas, ou 3,2% da população.

Entre os gaúchos, há 351 mil idosos vivendo sós, ou 3,1% da população.

O estado com menos idosos vivendo sozinhos é o Amapá, com 4,8 mil, ou 0,5% da população.

Fonte: Levantamento do G1 com base em dados do IBGE

Prefeitura de Juiz de Fora inicia campanha de vacinação contra gripe influenza

Idosos e profissionais da saúde serão imunizados primeiro.

Começou, na manhã desta segunda-feira (23) a Campanha Nacional de Vacinação Contra a Influenza em Juiz de Fora. Inicialmente, os idosos e os profissionais da saúde têm prioridade na imunização. Além de todas as 63 Unidades Básicas de Saúde (UBS’s), o Departamento de Saúde do Idoso (Rua Batista de Oliveira, 943, Centro), o PAM Marechal e a Faculdade de Educação da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) são os demais postos de vacinação.

Com o intuito de mitigar a demanda, a PJF subdividiu em três os grupos de imunização da primeira fase, que vai até o meio de abril. Nesta semana, idosos de 80 anos ou mais serão atendidos; entre os dias 30 de março e 3 de abril, o público-alvo compreende as pessoas entre 70 e 79 anos; por fim, entre os dias 6 e 15 de abril, será a vez da população com idade entre 60 e 69 anos. A Secretaria de Saúde (SS) do município orienta os idosos a utilizarem máscara durante a saída de casa para o procedimento. Pessoas com quadro de síndrome gripal ou em quarentena indicada por médico não devem se vacinar inicialmente.

Na segunda fase, professores, profissionais das forças de segurança e salvamento, além doentes crônicos são esperados entre 16 de abril e 9 de maio. Na terceira, crianças de seis meses a menores de seis anos, pessoas com 55 anos ou mais, grávidas, mães no pós-parto, população indígena e portadores de condições especiais serão atendidas entre 9 e 22 de maio. Todo o público-alvo compreende um contingente de 132.592 pessoas em Juiz de Fora.

A vacina ofertada é a trivalente, a qual protege contra os três subtipos do influenza: H1N1, H3N2 e Influenza B. A dose é contraindicada para pessoas que têm histórico de reação grave a doses anteriores ou alergia grave a ovo de galinha. A vacina não imuniza contra a Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus. A antecipação do período para imunização, pelo Ministério da Saúde, tem como objetivo auxiliar os profissionais de saúde a descartarem o Influenza na triagem de casos da doença.

Horários

Os postos de vacinação tradicionais atendem de segunda a sexta-feira, sendo que as UBS’s funcionam das 8h às 10h30 e das 13h às 16h30; o Departamento de Saúde do Idoso está disponível das 8h às 16h30; e o PAM Marechal, das 8h às 16h30. O posto montado na UFJF funciona na segunda-feira, das 10h às 16h; entre terça e sexta-feira, das 8h às 16h; e no sábado, das 9h às 14h.

“Drive thru” na UFJF

Seguindo iniciativa realizada em outros lugares do mundo, parceria da PJF com a UFJF garantiu um posto de vacinação no modelo drive thru na Faculdade de Educação da Universidade a partir desta segunda-feira (23). Nele, os idosos serão vacinados diretamente do carro, com a intenção de evitar exposição a uma possível contaminação pelo novo coronavírus, uma vez que o grupo é o mais vulnerável à Covid-19. “Esta ação tem o interesse de reduzir a aglomeração de pessoas e dirimir a exposição e o contato entre as pessoas. É abrir um outro posto para ajudar a Prefeitura e contribuir para diminuir o contato”, salienta Valeska dos Reis, enfermeira da UFJF que atua na frente de vacinação.

Ainda antes do atendimento iniciar na manhã desta segunda, uma longa fila de veículos já se formava entre a Faculdade de Odontologia e a Faculdade de Educação. Conforme informação de pessoas que aguardavam a imunização, o procedimento começou a ser feito por volta das 10h30, mas, apesar da grande quantidade de pessoas aguardando, a espera não é demorada. “Eu cheguei 9h40, e já tinha bastante gente. A fila anda rápido, mas também não para de chegar gente. A fila já ficou maior do que quando cheguei”, alerta Adriano de Sousa, que garantiu a imunização da mãe de 87 anos logo nas primeiras horas da campanha. “Não sei como o atendimento vai estar depois, se as pessoas vão se informando mais e vai aumentar a demanda. É melhor garantir”, destaca.

Para quem optar a imunização pelo posto da UFJF, a PJF orienta: ir com roupa que facilite a aplicação da vacina no braço; se possível, ir de máscara descartável (não é obrigatório); estar acompanhado por apenas uma pessoa no carro. Não é necessário levar cartão de vacina, sendo que a aplicação vai ser comprovada com um adesivo disponibilizado pela equipe de saúde.

Fonte: Por Tribuna; 23/03/2020 às 09h25- Atualizada 23/03/2020 às 12h02

Prevenção ao coronavírus: veja dicas de cuidados com idosos durante isolamento

Geriatra explica que conversar, respeitando a distância que a quarentena pede, é capaz de minimizar o sofrimento. Tecnologia também é aliada.

A pandemia de Covid-19, infecção causada pelo novo coronavírus, exige cuidados especiais com os grupos de risco, entre eles as pessoas com mais de 60 anos. A médica geriatra Carla Núbia apontou que há um sofrimento natural devido ao isolamento por parte dos idosos, mas que a conversa em família e atenção são formas de lidar com isso.

O primeiro cuidado deve ser tomado no convívio familiar, especialmente ao voltar da rua. “Além do isolamento, é preciso lavar as mãos com frequência, deixar os sapatos do lado de fora casa, evitar o contato e sempre lembrar que, estando na rua, podemos trazer o vírus para casa”, disse.

Com complicações como cardiopatias e outros problemas de saúde, os idosos se encontram em situação de maior vulnerabilidade diante da pandemia. “Pessoas que moram sozinhas, devem ter ajudar de outras pessoas para pagar contas, fazer compras e manter a higiene”, apontou.

Voluntários têm se oferecido para auxiliar esses idosos, tanto para realizar atividades fora de casa para eles, quanto para conversar e amenizar o sentimento de solidão.

Além manter os cuidados com higiene, outras medidas devem ser tomadas dentro de casa e passam por uma conversa sincera. “O primeiro passo é informá-los do atual cenário para que eles compreendam o afastamento de outras pessoas e não tenham o sentimento de abandono. Eles precisam entender o que está acontecendo para não gerar depressão”, disse a médica.

Para quem mora em residências pequenas, a recomendação é tentar manter os utensílios do idosos só para eles. “É preciso lavar mãos, boca e nariz várias vezes ao dia”, reforçou a médica.

Ainda de acordo com Núbia, a quarentena deve ser o momento de traçar estratégias que livrem os idosos da depressão e problemas emocionais que podem piorar as doenças crônicas, por exemplo.

“Uma dica é usar o celular, sempre limpo, para fazer ligações de vídeos com outras pessoas, mandar fotos, mostrar momentos antigos que trabalhem a memória, para que eles também possam se distrair”, sugeriu.

Fonte: Por Danilo César, TV Globo 20/03/2020 09h56 (G1)

Coronavírus ou gripe? Sinais são parecidos e só teste indica o que você tem

O novo coronavírus (Covid-19) tem sintomas semelhantes a outras síndromes como resfriado e gripe. Por causa dessa condição, muitas vezes pacientes podem se confundir em relação à sua condição, o que pode gerar problemas, minimizando um cuidado necessário à prevenção contra a pandemia que assola o mundo e o Brasil.

Para esclarecer as diferenças, o Ministério da Saúde elaborou materiais de divulgação explicando cada uma das síndromes e como os sintomas se manifestam. No caso da febre, por exemplo, a ocorrência dela é comum em casos de Covid-19 e de gripe, mas rara em resfriados.

Os espirros são comuns em resfriados, mas raros tanto em gripes quanto em Covid-19. O nariz entupido aparece frequentemente em resfriados, às vezes em gripes e, raramente, em casos do novo coronavírus. A dor de cabeça é rara em resfriados, comum em gripes e pode surgir em infecções pelo novo coronavírus.

Quando uma pessoa estiver com sintomas correspondentes à Covid-19, é importante seguir as orientações do Ministério da Saúde e procurar um posto de saúde para obter orientação médica quanto às medidas.

Fonte: Publicado em 15/03/2020 – 09:10 Por Jonas Valente – Repórter da Agência Brasil – Brasília

Medicina preventiva é uma forte aliada na longevidade da sua saúde

Prevenir é melhor do que remediar. O clichê é clássico, mas certeiro quando se trata de medicina preventiva, a área médica que traça estratégias para melhorar a qualidade de vida do paciente. “Rotinas de saúde, cada vez mais, fixam-se no imaginário popular como possibilidade de se obter e consumir uma vida mais longeva e saudável”, explica Stephan Sperling, especialista em medicina de família e comunidade, membro do serviço de telemedicina do Hospital Sírio Libanês e teleconsultor do Projeto Regula Mais Brasil.

Porém, avisa o médico, prevenir não significa traçar uma rotina de exames aleatórios e frequentes que supostamente vão apontar a existência de uma doença futura. “O maior risco a que expomos uma pessoa quando a incentivamos a fazer exames desnecessários é levá-la a um diagnóstico que não lhe seria ameaçador à vida ou que não lhe traria comorbidade ou agravo, mas que desencadeará uma série de intervenções em sua saúde, que podem adoecê-la ou causar dano”, adverte.

Para evitar esse cenário, institutos de saúde do mundo todo, como o United States Preventive Services Task Force, produzem evidências a respeito de rastreamentos realizados. O objetivo é reconhecer quais doenças têm causado mais mortalidade e perda de qualidade de vida para, então, apontar quais os melhores exames para identificar essas condições e, também, quais medidas não ajudam em nada no quadro do paciente.

Algumas avaliações chegaram a conclusões que apontam quais testes clínicos podem dar suporte à medicina preventiva, quando devem ser realizados e em quem, para promover mais longevidade ao paciente. Entre exames, rastreios e medicações preventivas com esse potencial, selecionamos oito deles para você conhecer.

8 testes clínicosque dão suporte à medicina preventiva 

Eletrocardiograma

Objetivo: identificar qualquer alteração no aparelho cardiovascular.

Quem deve fazer: adultos que já apresentem algum risco intermediário ou alto de eventos cardiovasculares, como glicemia alta e pressão arterial elevada, por exemplo.

Observações: mesmo que o resultado do exame em pessoas que apresentem alto risco não mostre nada significativo, a recomendação é modificar os fatores de risco, como colesterol alto, má alimentação, hipertensão arterial, sedentarismo e tabagismo. É improvável que pessoas de baixo risco se beneficiem do eletrocardiograma, o que torna sua execução pouco necessária.

Estatina

Objetivo: prevenção de eventos ou mortalidade por doenças cardiovasculares.

Quem deve fazer: pessoas entre 40 e 75 anos que atenderem aos seguintes critérios, além da idade: ter um ou mais fator de risco para doenças do coração e possuir a chance calculada de 10% (ou mais) de sofrer um evento cardiovascular em 10 anos, como enfarto.

Observações: para estabelecer o risco de um problema no coração no prazo de uma década, é realizada uma triagem universal de lipídios. Caso seja necessária a prevenção com estatina, a dosagem é baixa e moderada.

Exame de glicose em jejum 

Objetivo: diagnosticar diabetes.

Quem deve fazer: pessoas entre 40 e 70 anos que estejam com sobrepeso ou obesidade e que não apresentam sintomas óbvios da doença, como urinar com frequência e problemas de visão. No entanto, a triagem pode ser realizada mais cedo em pessoas com histórico familiar de diabetes, histórico de diabetes gestacional ou síndrome do ovário policístico.

Observações: caso o problema seja diagnosticado, o paciente será orientado por um médico a seguir uma dieta saudável e praticar atividades físicas.

Mamografia

Objetivo: reduzir o risco de morte por câncer de mama.

Quem deve fazer: individualmente, cada mulher deve decidir se quer iniciar a triagem bienal entre os 40 e 49 anos de idade. Porém, quem possui pais, irmãos ou filhos com câncer de mama correm maior risco de desenvolver a doença, portanto, devem iniciar a triagem antes das quatro décadas de vida. No entanto, a maioria dos benefícios da mamografia resulta do exame a cada dois anos em mulheres com idades entre 50 e 74 anos.

Observações: de todas as faixas etárias, as mulheres com idades entre 60 e 69 anos têm maior probabilidade de evitar a morte por câncer de mama por meio da triagem mamográfica.

Rastreamento de câncer de próstata

Objetivo: reduzir a chance de neoplasia nessa área por meio de um exame que calcula a alteração benigna ou maligna da PSA, uma proteína produzida na próstata.

Quem deve fazer: homens de 55 a 69 anos. No entanto, médico e paciente devem debater os pontos positivos e negativos da triagem.

Observações: o exame pode dar falso positivo e solicitar uma biópsia desnecessária, além de tratamento excessivo que pode resultar em incontinência urinária e disfunção erétil.

Rastreamento de pressão alta

Objetivo: identificar ou descartar a hipertensão, minimizar riscos de insuficiência cardíaca, ataque do coração, derrame ou doença renal crônica.

Quem deve fazer: pessoas acima de 18 anos.

Observações: embora seja alto o índice de hereditariedade da hipertensão, a obesidade e o diabetes, além do consumo excessivo de bebidas alcoólicas e sal, podem contribuir para o desenvolvimento do quadro. A boa notícia: a triagem e tratamento contra pressão alta reduzem de maneira significativa a ocorrência de problemas no coração.

Teste de medição óssea

Objetivo: evitar fraturas por osteoporose.

Quem deve fazer: mulheres com 65 anos ou mais, considerando os fatores associados ao risco, com histórico dos pais de fratura de quadril, tabagismo, consumo excessivo de álcool e baixo peso. Mulheres com menos de 65 anos e com um fator de risco também podem ser avaliadas.

Observações: os benefícios do tratamento são mais acentuados em mulheres pós-menopausa. Existem ferramentas que conseguem prevenir uma possível fratura por osteoporose nos próximos dez anos.

Triagem para câncer colorretal

Objetivo: minimizar o risco de óbito pela doença.

Quem deve fazer: pessoas entre 50 e 75 anos. Recomenda-se que pacientes com histórico da doença na família, principalmente em se tratando de parentes de primeiro grau, sejam rastreados mais jovens.

Observações: em geral, o principal fator de risco da doença é a faixa etária avançada. A idade média do diagnóstico é aos 68 anos. Homens estão associados à maior incidência e mortalidade de câncer colorretal. Os testes para diagnóstico variam de exames de sangue nas fezes a colonoscopia. Para análises em pessoas acima de 76 anos, é preciso avaliar a saúde geral do paciente.

Fonte: Instituto de Longevidade Mongeral Aegon / Saúde Física / 15-01-20

Coronavírus: como proteger os idosos, para quem a doença é mais letal

Deterioração do sistema imunológico provocada pelo envelhecimento deixa idosos mais vulneráveis às infecções; infectologistas dizem ser importante manter outras doenças sob controle e vacina em dia.

Novo coronavírus chega a ser quase sete vezes mais letal entre quem tem mais de 80 anos — Foto: Getty Images via BBC

O novo coronavírus tem sido apresentado por autoridades de saúde como pouco letal, mas esse quadro se altera quando são levados em consideração apenas os pacientes mais velhos.

Um estudo feito pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças da China com base em dados coletado até 11 de fevereiro apontou que, entre 44.672 casos confirmados, houve 1.023 mortes.

Isso significa que, até aquele momento, o novo coronavírus tinha uma taxa de letalidade de 2,3% — índice que agora é de 3,4%, de acordo com os dados oficiais mais recentes, foram registrados 2.801 mortes entre 82.168 casos confirmados, até o momento de publicação desta reportagem.

Mas, entre os pacientes de mais idade avaliados no estudo chinês, a letalidade do novo coronavírus é não apenas superior à média da população geral, mas esta taxa progride conforme a faixa etária.

Entre aqueles contaminados com idade entre 60 e 69 anos, 3,6% morreram. A taxa de letalidade foi de 8% para quem tinha entra 70 e 79 anos e de 15% para pacientes com mais de 80 anos.

O infectologista Kleber Luz, professor do Instituto de Medicina Tropical da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), explica que os idosos são mais vulneráveis porque, a partir dos 60 anos, nosso sistema imunológico sofre uma deterioração por causa do envelhecimento, um fenômeno chamado imunossenescência.

Com isso, nosso organismo perde a capacidade de responder da melhor forma possível a uma infecção. Isso significa que ele pode reagir não apenas de forma insuficiente e não conseguir combater a doença provocada pelo vírus como também ter uma resposta exagerada, o que prejudica o organismo.

“Um sistema imunológico prejudicado não consegue modular a resposta e gera uma inflamação descontrolada, que favorece uma desorganização do microambiente pulmonar, onde há bactérias que vivem em harmonia com o organismo e, diante da inflamação, elas podem se proliferar”, afirma Luz.

Além disso, as células do sistema imunológico que deveriam apenas matar as células infectadas acabam atingindo também aquelas que estão sadias, provocando mais lesões, diz Fernando Spilki, presidente da Sociedade Brasileira de Virologia.

Coronavírus: apesar do aumento do número de mortos, cresce mais rápido o total de pessoas que se curaram da doença — Foto: Reuters

“Não é surpresa que esse novo vírus provoque isso, porque já está estabelecido na literatura médica que esse desequilíbrio do sistema imunológico ocorre em idosos com a gripe e outras infecções respiratórias”, afirma Spilki.

Ao mesmo tempo, idosos têm geralmente outras doenças, como diabetes, pressão alta ou problemas cardiovasculares. Quando o coronavírus causa uma inflamação no organismo, isso agrava as outras doenças.

“Um idoso nunca terá só uma infecção por coronavírus, mas uma ou duas outras doenças. Quando isso ocorre, essas outras enfermidades se descompensam. O coração deixa de bombear sangue direito, há um edema pulmonar ou ocorre uma insuficiência renal”, afirma Luz.

“Este coronavírus tem uma capacidade pequena de produzir uma doença grave, então, para ser capaz de matar é necessário que outros fatores estejam envolvidos.”

O que fazer para se proteger

12 de fevereiro: Paciente com Covid-19, a doença provocada pelo novo coronavírus, é levado de cadeira de rodas no hospital de Wuhan, na China, cidade epicentro da doença. — Foto: China Daily via Reuters

Para se proteger, grande parte das recomendações para os idosos são as mesmas da população em geral, como lavar as mãos com sabão após usar o banheiro, ao chegar em casa e antes de manipular alimentos.

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Também é importante evitar tocar na boca nariz ou olhos se estiver em um ambiente público ou em lugares de grandes aglomerações, porque o vírus é transmitido por via aérea e pelo contato com secreções respiratórias. E ainda manter os ambientes limpos e higienizar superfícies, móveis e o celular com produtos desinfetantes.

No entanto, há alguns conselhos direcionados especialmente a idosos.

“As pessoas estão muitas vezes preocupadas com o coronavírus e se esquecem das outras doenças, então, é importante manter essas enfermidades sob controle, porque assim há menos chance de elas serem descompensadas por uma nova infecção e levarem o paciente à morte”, afirma Luz.

Spilki também recomenda manter uma boa alimentação e fazer atividade física regularmente para retardar a deterioração do sistema imunológico, além de verificar se todas as vacinas estão em dia, especialmente a da gripe.

Com a chegada do inverno, o vírus causador desta doença, o influenza, circula com mais facilidade, e os casos de gripe se multiplicam.

“Pegar o coronavírus e ter gripe ao mesmo tempo pode gerar uma infecção cruzada, causando um efeito que potencializa as duas doenças e cria um duplo desafio para o sistema imunológico.”

Mas, de acordo com o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, as pessoas não devem correr agora para os postos de saúde ou para a rede de saúde privada para se vacinar contra a gripe.

É preciso esperar que o novo lote de vacinas para gripe que está sendo desenvolvido, seja concluído e então oferecido à população.

“As vacinas para gripe que ainda estão em estoque são do ano passado e não têm eficácia nenhuma sobre os vírus que estarão circulando em nosso inverno, que são novos. Para eles, será preciso tomar a vacina que será distribuída entre a última quinzena de março e o início de abril”, disse Mandetta.

Fonte: Site G1 / CIÊNCIA E SAÚDE / Por BBC Atualizado no dia 27/02/2020 08h33.