A melhor idade deve cair na folia sempre atentando para cuidados que vão garantir saúde e tranquilidade durante o Carnaval.
Já começou a contagem regressiva para o carnaval e, como bem se sabe, ele é para todos. No entanto, cada idade necessita de cuidados especiais para que a folia seja só alegria, sem colocar em risco a saúde. Para quem já passou dos 60 anos, basta adotar algumas medidas simples, porém importantes, para curtir os dias de festa esbanjando disposição.
O médico geriatra Gustavo Genelhu destacou que, para os vovós e vovós que irão viajar, algumas medidas de segurança são fundamentais. “Cuidado com as aglomerações, pois os idosos são vítimas muito visadas devido às limitações normais da faixa etária. Evitem andar sozinhos e levem sempre consigo um documento de identificação, acompanhado do telefone de um familiar e o cartão do plano de saúde” alertou Genelhu.
Outra recomendação é com relação às medicações. “Leve todos os remédios e tome-os devidamente, nos horários prescritos pelo médico. Leve também as receitas, pois caso haja necessidade de assistência médica, isso irá ajudar a equipe hospitalar durante o atendimento’: ressaltou o especialista.
O especialista alertou ainda que, como o Carnaval é no verão, é preciso atentar para os cuidados com alimentação e hidratação. “Optar por alimentos leves, como saladas, frutas e também beber muita água são essenciais para não comprometer a saúde, não só nos dias de folia, mas sempre” afirmou. Dependendo do lugar de destino, é preciso prestar atenção à atualização do calendário vacinal. “Verifique com o seu médico se é possível ou não tomar as vacinas exigidas” recomendou o geriatra.
Confira algumas dicas:
Protetor solar: O uso é fundamental. Importante reaplicar várias vezes, principalmente se for à praia ou sair para caminhar no sol. Vale usar complementos como bonés, chapéus e óculos escuros.
Líquido: Beber bastante água durante o dia, mesmo se não estiver com sede. Se for sair para passear, leve uma garrafinha térmica com água para manter-se hidratado.
Alimentação: Dê preferência a alimentos leves e naturais, como frutas, verduras, legumes e prefira comidas com menos sal, gordura e açúcar.
Roupas: Vista-se com roupas leves e confortáveis. Se for à praia, use aquelas com proteção solar, se possível.
Calçados: Também devem ser confortáveis e seguros, para não correr risco de escorregar ou tropeçar. Dê preferência àqueles calçados de saltos baixos e emborrachados.
Praia: Se for passar o carnaval na praia, não pegue sol entre 10 da manhã e 4 da tarde. Se for passar o dia na praia, escolha uma sombra confortável para curtir o passeio com segurança.
Medicações: Se fizer uso de algum remédio, não esqueça de carrega-los numa bolsinha e tomar no horário prescrito pelo seu médico. Leve consigo a receita, pois se houver necessidade de atendimento médico, isso ajudará a equipe médica a auxilia-lo melhor.
Identificação: Ao sair de casa, leve um documento de identificação, juntamente com endereço e telefone, caso se perca ou precise de algum tipo de auxílio.
Prevenção: Se não tiver o hábito de caminhar longas distâncias e ficar muito em pé, não exagere nos dias de folia. E procure sempre um banheiro próximo para não segurar a urina por muitas horas.
Viagens: Se for viajar para algum lugar específico que necessite de alguma vacina, verifique com seu médico a viabilidade de ser imunizado.
A dengue em idosos pode ser perigosa, uma vez que eles têm 12 vezes mais risco de morrer por dengue do que as outras pessoas.
Todas as pessoas podem contrair dengue no entanto, aquelas com idade superior a 60 anos têm 12 vezes mais risco de morrer por dengue do que as pessoas de outras faixas etárias, segundo o Ministério da Saúde. Por este motivo, a dengue em idosos é muito mais perigosa. É preciso estar atento.
O motivo do risco elevado ainda não está completamente esclarecido. Acredita-se que os idosos sejam mais suscetíveis porque neste grupo, a prevalência de doenças crônicas como pressão alta, diabetes e doenças cardiovasculares é maior.
Saiba como reconhecer os sintomas da dengue e o que fazer para combater a doença.
Quais são os principais sintomas de dengue?
A infecção por dengue pode ser assintomática, leve ou grave, podendo levar à morte. Geralmente, a primeira manifestação da dengue é a febre alta, de início abrupto, acompanhada de dores musculares intensas, dor ao movimentar os olhos, mal estar, falta de apetite, dor de cabeça e manchas vermelhas no corpo. Náuseas e vômitos também são comuns.
A forma grave inclui dor abdominal intensa, vômitos persistentes e sangramento de mucosas. Por isso, ao apresentar os sintomas, é essencial procurar um serviço de saúde para receber o diagnóstico e o tratamento adequado.
Idosos podem tomar vacina contra a dengue?
A vacina está aprovada para a faixa etária entre 9 e 45 anos, por isso não é recomendada para idosos.
Como é o tratamento?
O tratamento da dengue é sintomático, ou seja, tratam-se os sintomas utilizando analgésicos e antitérmicos. Para auxiliar a recuperação também é recomendado o repouso e a ingestão de líquidos.
A automedicação não é recomendada, pois pode mascarar sintomas, dificultar o diagnóstico e agravar o quadro do paciente. Além disso, segundo o Conselho Federal de Farmácia, medicamentos que contêm ácido acetilsalicílico (AAS), ibuprofeno e outros anti-inflamatórios não esteroidais (AINE) devem ser evitados, pois favorecem a ocorrência de hemorragias.
Como é feito o diagnóstico da dengue em idosos?
Independente da idade, o diagnóstico da dengue é clínico e feito por um médico. É confirmado por meio de exames laboratoriais de sorologia, moleculares ou testes rápidos, sendo que este último é capaz de detectar a dengue em poucos minutos.
Os exames para detectar a dengue já podem ser feitos em muitas farmácias e você recebe o resultado em poucos minutos.
Como prevenir a dengue?
O vírus da dengue é transmitido pela picada do mosquito Aedesaegypti, que precisa de água parada para se proliferar. Esse mosquito também pode transmitir o vírus Zika, a febre Chikungunya e a Febre Amarela.
Para combatê-lo, é essencial tomar alguns cuidados:
Mantenha a caixa d’água bem fechada;
Não acumule lixo no quintal;
Não deixe água parada em pneus e vasos de plantas, por exemplo;
Mantenha o lixo sempre bem fechado;
Não deixe calhas entupidas.
Os ovos do mosquito podem sobreviver por aproximadamente um ano até encontrar as melhores condições para se desenvolver. Por isso, é importante manter a higiene e evitar água parada.
Número de casos
Segundo o Boletim Epidemiológico nº 59 do Ministério da Saúde, em 2018, até a semana epidemiológica (SE) 49, a região Centro-Oeste apresentou o maior número de casos prováveis (93.344 casos; 37,7 %) em relação ao total do país. Em seguida, aparecem as regiões Nordeste (66.401 casos; 26,8 %), Sudeste (68.460 casos; 27,7%), Norte (16.288 casos; 6,6%) e Sul (2.900 casos; 1,2%). Ainda em 2018, até a SE 49, foram confirmados 293 casos de dengue grave e 3.341 casos de dengue com sinais de alarme.
Agora que você já sabe como identificar os principais sintomas da dengue e por que ela é mais perigosa para os idosos, aproveite para compartilhar o conteúdo nas redes sociais. E, na presença de sinais e sintomas, não deixe de buscar o serviço de saúde mais próximo.
Canções do repertório autobiográfico do casal trazem lembranças de fatos e situações vividas juntos, o que ameniza sintomas relacionados à demência, como a agitação, trazendo mais qualidade de vida ao cuidador – Foto: Visual Hunt
A música tem sido uma ótima estratégia terapêutica para lidar com a difícil tarefa de cuidar de um familiar acometido pelo Alzheimer. Com a evolução da doença neurodegenerativa, as pessoas ficam totalmente dependentes, podem se tornar mais agressivas, agitadas, com déficits de memória e declínio motor e cognitivo. Uma pesquisa da Gerontologia da USP traz alento às pessoas que estão envolvidas com um idoso nessa situação, principalmente se o cuidador principal for o próprio cônjuge. Canções do repertório autobiográfico do casal, que trazem lembranças de fatos e situações vividas juntos, amenizam sintomas relacionados à demência, como a agitação, e possibilitam mais qualidade de vida ao cuidador.
Segundo o autor da pesquisa, o musicoterapeuta e mestre em Gerontologia Mauro Amoroso Pereira Anastácio Júnior, a música exerce enorme influência na vida humana. No caso do idoso, estimula sentimentos, sensações e remete a épocas, pessoas, lugares e experiências vividas, evocando emoções guardadas em sua memória, diz. Com formação musical e trabalhando mais recentemente com pesquisas na área do envelhecimento pela Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH) da USP, Anastácio uniu as duas áreas e procurou investigar o efeito da musicoterapia nas relações familiares conjugais e de amizade de cuidadores que eram cônjuges de pessoas diagnosticadas com Alzheimer.
Cantando juntos
Sessão de musicoterapia – Foto: Arquivo do pesquisador
Ao todo, foram 12 atendimentos semanais direcionados a quatro casais idosos que moravam no município de São Paulo. O pesquisador estabeleceu alguns critérios para a escolha das pessoas: que um dos indivíduos tivesse diagnóstico de Alzheimer em estágio inicial ou moderado e que o cuidador tivesse assumido essa função há mais de seis meses. Por meio de entrevistas, antes e depois das intervenções, Anastácio resgatou as canções mais significativas da história de vida do casal. Uma das atividades levadas à sessão foi a gravação dos dois cantando alguma música do repertório deles e, em seguida, propôs que ouvissem a gravação juntos. Em alguns momentos, Anastácio também recorreu aos instrumentos musicais. O violão favorecia o acompanhamento harmônico das canções, diz.
Nos resultados apurados por Anastácio, embora os cuidadores se sentissem cansados pelas demandas associadas à doença, a musicoterapia trouxe momentos prazerosos ao casal. Amenizou os sintomas comportamentais dos companheiros adoecidos e possibilitou o resgate e a troca de lembranças pessoais, como relata uma das participantes da pesquisa: “A musicoterapia trouxe o prazer de se expressar, sem ser julgada. É uma sensação de tranquilidade e de dar chance de relembrar o que se viveu”.
Com relação ao fato de ter tido que assumir a tarefa de cuidar do companheiro, a experiência com a música trouxe maior percepção de seu papel social e familiar e mais qualidade e bem-estar no relacionamento conjugal, como disse uma das depoentes: “Agente sempre se deu bem e hoje há um sentimento de gratidão por toda a vida que tivemos juntos”.
Demência e Alzheimer
Mauro Amoroso Pereira Anastácio Júnior, autor da pesquisa – Foto: Arquivo do pesquisador
Segundo o pesquisador, a demência é uma síndrome cerebral progressiva que afeta a memória, o pensamento, o comportamento e a emoção. Embora cada processo seja individual, eventualmente os indivíduos com demência tornam-se incapazes de cuidar de si mesmos e necessitam de ajuda para todas as suas atividades, explica Anastácio.
Existem mais de 100 formas de demência, sendo a mais conhecida a doença de Alzheimer. Causa a destruição das células cerebrais, interrompendo a transmissão de mensagens no cérebro, o que afeta a capacidade de se lembrar, falar, pensar e tomar decisões, diz o pesquisador. Ainda não se sabe ao certo o que causa a morte das células nervosas, porém há certos tipos de lesões que podem ser observadas em áreas danificadas do cérebro. Isso confirma o diagnóstico da doença de Alzheimer, explica.
Envelhecimento populacional brasileiro
A pesquisa apresenta também dados sobre a tendência de desenvolvimento de doenças neurodegenerativas no Brasil impulsionada pelo envelhecimento da população. Em 1950, a expectativa de vida era de 51 anos; em 2016, passou para 75,8 anos e a previsão para 2040 é de 80 anos, segundo o estudo. Para o pesquisador, “é preciso adotar abordagens terapêuticas para o manejo da doença, uma vez que os medicamentos farmacológicos disponíveis dão conta apenas dos sintomas”, conclui.
A pesquisa de mestrado Musicoterapia e doença de Alzheimer: um estudo com cônjuges cuidadores foi defendida em maio de 2019, sob a orientação da professora Deusivania Vieira da Silva Falcão, do Programa de Pós-Graduação em Gerontologia da Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH) da USP.
Mais informações: e-mail mauroanastacio@usp.br, com Mauro Amoroso Pereira Anastácio Júnior
A American Thoracic Society (ATS) define dispneia como uma experiência subjetiva de desconforto respiratório. Pacientes podem descrever essa experiência de inúmeras maneiras, mas geralmente relatam como uma sensação de sufocamento, necessidade de mais ar ou aperto no peito. O desconforto respiratório também pode ser observado como a incapacidade de finalizar a expiração, aumento do esforço respiratório ou respiração acelerada.
É importante enfatizar que a dispneia é um sintoma multidimensional que envolve componentes fisiológicos, psicológicos, sociais e ambientais na forma como é percebida pelo paciente, sendo de extrema importância uma abordagem interdisciplinar.
Ademais, trata-se de um sintoma complexo e de difícil interpretação, visto que, este sintoma varia de intensidade de acordo com a doença subjacente e estado emocional do paciente e pode estar ou não associado a alterações em exames laboratoriais, achados durante o exame físico ou sinais como hipoxemia e variações na frequência respiratória.
Dados demonstram que a dispneia de diferentes intensidades é um sintoma muito frequente em pacientes com doenças crônicas e avançadas, sua prevalência chega a cerca de 90% dos indivíduos que acometidos com doença pulmonar grave, 50% dos pacientes com câncer avançado chegando a 74% dos pacientes com câncer de pulmão e 80% na fase final de vida destes mesmos pacientes, afeta ainda 50% dos 23 milhões de pacientes com doenças cardíacas.
O desconforto respiratório aumenta de acordo com a progressão da doença, sendo comum na fase final de vida algum grau de dispneia, principalmente em pacientes que não receberam tratamento prévio para tratar o sintoma como, por exemplo, abordagem dos cuidados paliativos.
Como o enfermeiro deve avaliar a dispneia?
Como a dispneia é um sintoma subjetivo e há uma variação de como é experienciada, o melhor método de avaliação é o relato do paciente conduzido pelo profissional por meio de questionamentos ou instrumentos de avaliação com enfoque multidimensional e multifatorial.
Caso o paciente tenha alguma dificuldade de comunicação, pequenos sinais físicos que indiquem desconforto respiratório podem ser observados e alguns questionamentos podem ser endereçados aos familiares ou cuidadores.
O enfermeiro deve levar em consideração durante a avaliação:
Histórico pessoal e clínico principalmente cronologia da doença principal e tratamentos realizados.
Exame Físico padrão e atentar para exame minucioso pulmão e sinais relacionados a capacidade respiratória paciente.
Questionar início do sintoma, duração e quantas vezes ocorreu na última semana e nas últimas 24 horas?
O que geralmente causa a falta de ar, o que melhora e o que piora?
Você poderia descrever para mim como se sente durante os episódios que sente falta de ar?
Melhora com repouso? Piora com alguma atividade? Que tipo de atividade piora o sintoma?
Você poderia dar uma nota de 0 a 10 para gravidade da falta de ar (sendo 0 nenhuma e 10 o pior desconforto sentido)? Direcionar esta pergunta para várias situações, por exemplo, em repouso, em atividade, durante a consulta, durante a pior crise que sentiu entre outros. E ainda, questionar qual seria o nível aceitável para este sintoma.
Existe outros sintomas associados?
Você possui alguma crença relacionada a este sintoma que seja importante para você e seus familiares?
Revisar junto ao paciente as medicações indicadas para este sintoma e se há uso de medicações ou terapias não prescritas sendo realizadas.
Principais intervenções de enfermagem ao paciente com dispneia em doenças crônicas e avançadas:
Investigar e tratar causas orgânicas reversíveis com proporcionalidade (ex: infecções trato respiratório).
Avaliar condições que possam exacerbar a sensação de falta de ar, por exemplo, ansiedade ou medo.
Propor um plano de cuidados interdisciplinar.
Recomenda-se realizar a abordagem dos Cuidados Paliativos junto as equipes especialistas na doença principal, principalmente em pacientes com dispneia grave.
Identificação de fatores que exacerbem o sintoma e eliminá-los assim que possível.
A oxigenoterapia NÃO é a principal escolha, não há evidência de que a suplementação de oxigênio alivie a dispneia, principalmente nos casos em que não envolve hipóxia. Devemos optar para suplementação de oxigênio apenas em pacientes que apresentem Saturação de O2 menor que 88% de preferência uso de cateter nasal tipo óculos.
Desenvolver um plano de atividades que conserve energia, por exemplo, banho sentado ou momentos de repouso durante o dia.
Orientar pacientes, familiares e cuidadores sobre as causas dos sintomas e medidas que possam aliviar.
Educar a família sobre possíveis complicações: o acompanhamento por telefone é encorajado no apoio aos familiares e cuidadores durante as crises de dispneia.
Ambientes devem ser ventilados com janelas abertas.
Pequenos ventiladores posicionados em frente ao rosto, principalmente durante as crises.
Incentivar a presença de um familiar ou pessoa em que o paciente sinta confiança.
Promover ambiente com iluminação adequada e ausência de ruídos que possam causar incomodo ou stress em pacientes internados.
Posicionamento: em pacientes acamados elevar a cabeceira em torno de 15 até 45 graus, elevar os braços na altura do tórax com travesseiros o importante é estabilizar a caixa torácica. Caso o paciente queira deitar-se de lado, posicionar o lado ruim do pulmão para baixo. Durante as crises o paciente pode sentar-se de frente para uma mesa, inclinando-se para frente apoiando os braços em travesseiros. Evitar compressão de peito e abdome.
Orientar respiração programada, muitas vezes inspirar e expirar junto ao paciente pode aliviar o sintoma.
Recomenda-se reabilitação pulmonar principalmente para pacientes com doenças pulmonares crônicas.
Administrar medicações prescritas: morfina em baixas doses (primeira linha de tratamento) associado ou não a benzodiazepínicos contém as melhores evidências no alívio da dispneia.
Durante as últimas horas ou dias de vidas a dispneia pode estar associada a acúmulo de secreções, portanto a redução de hidratação parenteral e uso de antissecretórios como escopolamina ou atropina podem ser uma alternativa.
A sedação durante a fase final de vida para alívio de dispneia está indicada para casos muito específicos e refratários, não é usual quando o paciente recebe a abordagem prévia e correta para o sintoma, importante enfatizar que sedação não se faz com uso de opioides e deve seguir protocolos específicos quando necessário.
Os episódios de dispneia devem ser levados em consideração durante a história clínica do paciente e devem receber uma abordagem para seu alívio que seja multidisciplinar, a falta de ar é um sintoma angustiante que diminui consideravelmente a qualidade de vida tanto da pessoa que a experiencia, quanto de seus familiares e cuidadores.
Autor: Paula Damaris Chagas Barrioso – Mestre pelo Programa de Mestrado Profissional em Atenção Primária à Saúde com tema “Cuidados Paliativos na Atenção Primária à Saúde” da Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo (EEUSP)
Como você se imagina quando chegar a terceira idade, querida pessoa? Aliás, como você acredita ser a vida de quem está nesta fase da vida? Muita coisa mudou e se antes o destino dos idosos era ficar em casa e quietos, atualmente vemos idosos mais ativos e até presentes no mercado de trabalho. E é sobre isso que vamos falar no artigo de hoje.
A terceira idade nos tempos atuais
Se outrora envelhecer era sinônimo de quietude e repouso, isso não é compatível com a atualidade. Já não se pode mais dizer que a terceira idade é sinônimo de cansaço, monotonia, doenças e resguardo. O aumento da expectativa de vida no Brasil vem chamando a atenção de diversas áreas como a medicina, o esporte, o turismo e, principalmente, o mercado de trabalho. Prova disso é o crescente o número de idosos que permanecem em suas profissões ou que optam por retornar às empresas que já trabalharam.
Muitas organizações já constataram essa tendência no meio corporativo e viram nela uma oportunidade vantajosa para o negócio. Já existem no país empresas que ofertam vagas sem limite de idade, além das que optam pela criação de programas para a terceira idade. É o caso da Pizza Hut, com o Programa Atividade (que oferta vagas para atendente), do Bob’s com o Projeto Melhor Idade e o Pão de Açúcar com o Programa da Terceira Idade, que já contratou mais de cem idosos.
Mas, fica a pergunta: o que motiva os idosos a voltar ao trabalho?
Porque os idosos estão voltando para o mercado de trabalho?
Muitas são as razões para que um idoso decida a voltar a trabalhar. Uma delas é a disposição e vontade de permanecer ativo, fazer algo produtivo. A expectativa de vida no Brasil é de 76 anos, segundo apontou o IBGE em suas últimas pesquisas. Isso também repercute no anseio de se manter ativo profissionalmente ou voltar ao mercado de trabalho em muitos casos. Há ainda os anseios pessoais que motivam os idosos a continuar em suas carreiras profissionais. Os sonhos não realizados na juventude ou até mesmo os novos sonhos que surgiram ao longo da vida.
Além de toda a energia e disposição para manter no mercado de trabalho, existe também outros fatores que contribuem para que os idosos tomem esta decisão. Fatores que podem ir além da vontade do profissional idoso de continuar na carreira. E que fatores são estes? Conheça alguns deles:
O baixo valor da aposentadoria que faz com que os profissionais idosos busquem formas de complementar a renda familiar
Complementar a renda para ajudar no sustento de netos e demais familiares.
Gosto pelo trabalho exercido ao longo da vida.
O fato de que no trabalho o idoso mantém vínculo com os amigos.
O trabalho gera satisfação.
O que as empresas devem fazer ao contratar um colaborador da terceira idade
Contratar alguém da terceira idade requer alguns cuidados distintos da admissão de uma pessoas mais jovem. A empresa deve fornecer treinamento para que o idoso desenvolva suas habilidades e não apenas realize as tarefas de forma robotizada. É importante também que haja um cuidado no que diz respeito a carga horária e atividade que o colaborador exercerá, levando em conta a idade do mesmo e sua condição de saúde.
Vantagens ao contratar alguém da terceira idade
As empresas viram na contratação de idosos, uma oportunidade de crescimento para o negócio, visto que existe por parte deles, comprometimento e disponibilidade com o trabalho, além da mão de obra ser qualificada, já que muitos trabalharam em determinada área durante a vida toda, disponibilizando assim, amplo conhecimento. Muitas empresas perceberam também, que a terceira idade é carismática e solícita com os clientes, gerando fidelização.
As organizações que disponibilizam vagas para idosos, passa a ser um ambiente de ensino/aprendizado, já que elas são capazes de aprimorar os talentos da terceira idade e também desenvolver novos, além de proporcionarem troca de experiências entre o colaborador idoso (que pode vir a se tornar um mentor) e aquele que acaba de ingressar no mercado de trabalho. Outro fator crucial é o fato de que, quando uma empresa não limita a idade do colaborador, ela quebra paradigmas e acaba se diferenciando da concorrência.
Se você se interessou sobre esse perfil de colaborador e deseja saber se a sua empresa é apta a ofertar vagas para os profissionais idosos, o Coaching é uma metodologia capaz de auxiliá-lo a entender melhor sobre o seu negócio, assim como impulsioná-lo para o sucesso e conduzir a gestão de pessoas com maior eficiência. A metodologia pode ser um diferencial para identificar talentos importantes para a sua organização.
E você, o que pensa sobre este assunto? Qual é a sua visão sobre empresas que ofertam vagas para a terceira idade? Utilize o espaço aberto para deixar a sua opinião. Gostou do artigo? Curta e compartilhe em suas redes sociais.
Especialistas alertam sobre a importância do acompanhamento especializado, além dos cuidados com a saúde bucal dos idosos.
No processo de envelhecimento acontecem várias transformações no nosso corpo e um dos mais notórios é com nossos dentes. O cuidado com a saúde bucal não deve ser apenas enquanto jovens, ela também deve continuar na terceira idade. A cirurgiã-dentista Renata Rabelo Amorim, especialista em Periodontia e Implantodontia, além de sócia da Vitácea Odontologia, em Belo Horizonte, explica que os idosos necessitam de um acompanhamento mais frequente devido a alguns problemas que podem acometê-los pela idade. Além de ser importante que o paciente esteja saudável e com a função mastigatória efetiva.
Para isso, é necessário que as consultas sejam realizadas a cada seis meses, com o objetivo de verificar se há alguma doença, além de realizar a limpeza, remoção de placa bacteriana e tártaro. “Esses cuidados irão garantir a qualidade de vida do idoso, uma vez que tendo saúde bucal, várias doenças são prevenidas, como diabetes e doenças cardíacas”, disse a cirurgiã-dentista.
Ela citou alguns problemas bucais mais comuns nos idosos, veja:
Doença periodontal: afeta gengiva e ossos que suportam o dente, cárie e lesões bucais pela má adaptação das próteses;
Xerostomia (boca seca);
Dentes sensíveis.
Prevenção
Para prevenir tais doenças, além de um acompanhamento semestral, a especialista recomenda uma boa alimentação e cuidados de higiene oral caseira. Caso esses cuidados não sejam seguidos, podem surgir consequências sérias. “O idoso poderá adquirir doenças gengivais e cáries, comprometendo a longevidade dos dentes e podendo debilitar o paciente sistemicamente”, completou Renata.
De acordo ainda com a dentista, nessa fase há também perda de estrutura óssea, gengival e diminuição da salivação. “Tudo isso pode acarretar sensibilidade dentária, aumento do índice de cáries e doenças periodontais”, alertou.
Outro cuidado de grande importância que ela destaca é uso de próteses, já que esses pacientes muitas vezes possuem ausências dentárias necessitando, assim, de reabilitações orais e/ou próteses totais (dentaduras). “A ausência dentária ou próteses mal instaladas podem comprometer a função mastigatória podendo interferir na vida social e diminuir a absorção dos nutrientes, vitaminas e sais minerais dos alimentos”, finalizou a cirurgiã-dentista Renata Rabelo Amorim.
Dos 30,3 milhões de idosos no Brasil, mais de 2 milhões são empreendedores
Há uma nova performance demográfica que, nas próximas décadas, mudará o mundo que conhecemos, alterando todas as áreas do conhecimento e muitas das questões inerentes à vida humana. Os dados demográficos explicam as razões do aumento de pessoas idosas na população por meio da queda da taxa de fecundidade e mudanças na expectativa de vida. O novo perfil demográfico será determinante para entender a demanda mundial de investimento em políticas públicas, alimento, saúde, empreendedorismo, construção civil, publicidade, e porque não no perfil do empreendedor do futuro.
Segundo um estudo intitulado, Tsunami Prateado, realizado pela startup, Pipe Social, estima-se que a Economia Prateada, ou seja, a soma de todas as atividades econômicas associadas às necessidades das pessoas com mais de 50 anos e os produtos e serviços que elas consomem diretamente ou virão a consumir no futuro, seja a terceira maior atividade econômica do mundo, movimentando US$ 7,1 trilhões anuais. Nos EUA, por exemplo representa mais de 25% do consumo. No Brasil, o consumidor maduro movimenta cerca de R$1,6 trilhões/ano, ou seja, 20% do poder de consumo do País.
A ONU prevê que até 2050 haverá mais de 2 bilhões de pessoas com 60 anos ou mais no planeta Terra. Esse crescimento é exponencial se comparado ao medido em 2017, cerca de 962 milhões pessoas. Em 2050, esse número passará para 2,1 bilhões – o equivalente a 25% da população mundial.
Já no Brasil, segundo o IBGE, existem 30,3 milhões de idosos e seremos 68,1 milhões em 2050. Também em 2050, segundo as mesmas projeções seremos o 6º país mais velho do mundo. Já em 2060 um em cada 4 brasileiros terá mais de 65 anos. Certo é que, apesar de sermos um país com grande predominância da população jovem, é a faixa etária acima dos 60 anos a que mais cresce no Brasil.
Todos os dados apresentados por si só, já mostram a necessidade de um olhar mais atento das empresas, do mercado, do governo e dos cidadãos para esse público nos próximos anos. Nos governos, por exemplo, ainda presenciamos grande parte das políticas públicas sendo formuladas pensando somente na população mais jovem, na construção de creches, escolas e universidades. E para os mais velhos o que tem sido desenhado?
A verdade é que o Brasil não conhece quem são seus cidadãos maduros. Os idosos brasileiros ficam a margem das decisões das empresas, do governo e das próprias famílias. Os idosos vêm carregando ainda a culpa com relação ao desafio que o Brasil tem pela frente para equacionar o problema de uma previdência social deficitária, o envelhecimento populacional, exercerá uma grande pressão orçamentária sobre o sistema previdenciário. Com menos pessoas para sustentá-lo, os mais velhos precisarão continuar trabalhando cada vez mais tempo.
A verdade é que, mesmo chegando em uma onda ainda silenciosa, já estamos presenciando uma verdadeira revolução da população madura no mundo. Hoje, a terceira idade não se parece em nada com a do imaginário popular, aquela que acaba por reforçar velhos estereótipos: idosos não podem empreender, já estão ultrapassados, não sabem mexer em computadores ou celular, vivem doentes, não servem mais.
Tais argumentos não poderiam estar mais fora da realidade! Eles e elas estão nas academias, nos salões de beleza, nas universidades, nos campos de futebol, empreendendo, nos aplicativos de relacionamento, ganhando cada vez mais protagonismo nas frentes de consumo.
E o empreendedorismo com isso?
Ainda é comum associar empreendedorismo aos mais jovens, às capas de revistas com meninos novos à frente de startups de sucesso. A verdade é que já passou a hora de revermos nossas crenças e convicções, empreendedorismo é para todos e todas, de qualquer idade, gênero e raça.
De acordo com a pesquisa Global Entrepreneurship Monitor realizada no Brasil pelo Sebrae, a proporção de donos de negócio com 65 anos ou mais é 7% do total no Brasil, o que dá cerca de 2,2 milhões de empreendedores. Isto significa que ações específicas voltadas às peculiaridades histórico-culturais desse público devem ser desenvolvidas e implementadas, para que eles possam de fato alcançar seus objetivos
O empreendedorismo representa uma das formas mais relevantes de empoderamento das pessoas na terceira idade. O ato de empreender além de reforçar as liberdades garantidoras da cidadania, ainda potencializa a ideia de manter essa parcela da população dentro da economia produtiva, com a sua independência financeira e uma aposentadoria mais ativa, através do estimulo ao desenvolvimento de atividades empreendedoras.
Bora empreender? A longevidade é uma potência e não um problema!
*Clarissa Perna é anlista da coordenação comunidade do Sebrae Rio
Durante o processo de envelhecimento ocorrem mudanças na estrutura corporal que favorecem a redução do equilíbrio e da estabilidade, facilitando as perigosas quedas. Redução da massa muscular, alterações cognitivas, sensoriais, na visão e na postura são algumas delas.
Segundo a fisioterapeuta do plano de saúde Medsênior, que é especializado na terceira idade, Camila Ribeiro, as quedas nesta faixa etária são perigosas devido a maior fragilidade corporal, além da maior dificuldade de cicatrização óssea.
“Há o risco de fraturas, desenvolvimentos de outras morbidades advindas de internações e imobilizações. Como doenças pulmonares, infecções hospitalares, úlceras de decúbito, fraqueza muscular e redução da mobilidade e da funcionalidade. Com isso, o idoso perde a autoconfiança, gerando maior chance de quedas recidivas e uma piora da qualidade de vida”, explica.
Como evitar
Exercícios para ganho de força e resistência, principalmente de membros inferiores e tronco, treino de marcha e equilíbrio, segundo Camila, favorecem a otimização do desempenho do idoso nos deslocamentos diários, melhorando também tempo de reação e, evitando assim, as quedas.
Além disso, é preciso verificar se a casa é realmente segura ou há armadilhas que favorecem a desequilíbrio. “A maioria das quedas ocorrem dentro de casa ou em um ambiente que já é familiar para o idoso. São lugares em que ele está mais relaxado e desatento”, alerta a fisioterapeuta.
Para mais tranquilidade, é bom evitar tapetes escorregadios, excesso de móveis e obstáculos nos locais de passagem e pisos deslizantes.
“É importante que o idoso esteja sempre com calçados com solado antiderrapante, que haja barras de apoio em escadas e banheiros, tanto próximo ao vaso sanitário, quanto dentro do box do chuveiro. A iluminação deve ser boa e a tampa do vaso sanitário deve ficar elevada. Um interruptor de luz próximo à cama também facilita”, recomenda Camila.
A água é vital para o organismo humano. Ela é responsável pelo equilíbrio térmico do corpo, além de participar do transporte de nutrientes para as células através do sangue e promover a limpeza e a desintoxicação do organismo. Vale lembrar que o consumo correto de água ajuda também a afastar problemas de constipação (intestino preso), uma das síndromes que mais atrapalham a saúde da terceira idade. Por isso, é preciso ficar atento à hidratação, principalmente durante os períodos mais secos do ano.
Tomar cuidados especiais com a hidratação da pessoa idosa é importante, porque elas são mais vulneráveis e desidratam com maior facilidade.
A desidratação está relacionada não apenas à pouca ingestão de líquidos, mas também a fatores como a utilização de medicamentos que podem induzir o usuário a urinar mais vezes, liberando um volume ainda maior de líquido todos os dias. Nos idosos, a desidratação pode gerar um maior risco de quedas, infecções no trato urinário, doenças dentais, distúrbios broncopulmonares, pedras nos rins, câncer, constipação e perda da função cognitiva.Por isso, veja algumas dicas para auxiliar na hidratação dos idosos:
• Se você convive com um idoso, incentive a ingestão de líquidos ao longo do dia, mesmo se ele não estiver com sede. Algumas situações em que podem ser oferecidas água: Antes ou depois da higiene do idoso; no momento de tomar medicamentos e em horários previamente definidos de manhã e de tarde.
• Evite copos grandes e cheios. Prefira copos pequenos e com pouca quantidade, várias vezes ao dia.
• Mantenha as bebidas que eles mais gostam próximas, de preferência em copos inquebráveis fáceis de segurar e difíceis de virar.
• Mantenha as bebidas em uma temperatura moderada, ou seja, nem quentes demais, nem geladas demais.
• Ofereça também alimentos ricos em líquidos como frutas aquosas (melancia, melão e laranja), sopas, picolés ou gelatinas.
• Se uma pessoa idosa apresentar sinais de desidratação, procure um profissional de saúde.
Fonte: blog.saude.mg.gov.br / By Ricarda Caiafa | 9 de janeiro de 2019
Com o desemprego nos EUA chegando ao menor índice em 50 anos, as empresas estão adotando estratégias criativas para encontrar talentos, que vai desde a contratação de pessoas com antecedentes criminais até alunos formados pelo ensino médio. A Apple, Google e IBM estão entre as empresas que afirmam ter mudado suas práticas de contratação, valorizando mais as habilidades do que as credenciais.
Entretanto, um segmento da população permanece relativamente inexplorado: adultos mais velhos. A previsão para os próximos cinco anos é que empregados com 65 anos de idade ou mais representarão um segmento crescente da força de trabalho à medida que a expectativa de vida continue aumentando e os “baby boomers” adiam se aposentar.
De acordo com Jeff Hyman, professor adjunto de administração e organizações da Kellogg School e diretor de talentos da empresa de recrutamento Strong Suit Executive Search, esse grupo pode oferecer mais valor do que a maioria das empresas presume. Eles tendem a ser experientes, leais, automotivados e, em alguns casos, mais eficientes do que os trabalhadores com metade da sua idade.
“Há muito mais talentos disponíveis entre os trabalhadores mais velhos do que em algumas das faixas etárias mais jovens”, diz Hyman. “Assim, definitivamente vale a pena incorporá-los em todas as estratégias de contratação”. Hyman oferece sugestões às empresas que pensam em conquistar esse grupo de talentos.
Ignore mitos e equívocos
O conceito tradicional de vida composto de três estágios – formação, depois trabalho e, em seguida, a aposentadoria – está sendo substituído por uma vida de múltiplos estágios, na qual a formação, o trabalho e o tempo gasto fora da força do trabalho se misturam. Isso significa que os gerentes de contratação devem ser mais “agnósticos quanto à idade” em sua abordagem.
No entanto, algumas empresas hesitam em contratar trabalhadores mais velhos. Hyman diz que o motivo é que há muitos equívocos sobre a eficácia e a motivação dos trabalhadores mais velhos e também sobre o custo para uma empresa recrutar, contratar e reter esse segmento.
Talvez o mito mais comum é que trabalhadores mais velhos são lentos. “Eu não encontrei nenhuma evidência para a veracidade desse mito”, diz Hyman. “Conheço pessoas nos seus sessenta anos que são tão energéticas quanto uma de trinta. As pessoas estão vivendo mais e se cuidando melhor”.
É verdade que eles não são “digitais natos”, mas as pessoas mais velhas usam tecnologia o tempo todo em quase todos os aspectos de suas vidas, de serviços bancários online até videoconferências.
“É possível que você não contrate um desenvolvedor de software de 75 anos, mas não é esse o ponto principal. Na maioria das funções, a pessoa só precisa aprender uma versão de uma tecnologia comum e aplicá-la”. Diz Hyman. “Há vinte anos talvez não tivesse sido fácil encontrar alguém assim, mas não é mais o caso hoje. Tudo mudou”.
Outro equívoco comum é o de que os trabalhadores mais velhos custam mais, seja devido aos custos de assistência médica ou porque os salários serão mais altos em decorrência da experiência que possuem. No entanto, nenhuma dessas suposições é necessariamente correta.
Embora seja verdade que os trabalhadores mais velhos usem mais seus planos de saúde, eles não usarão outros benefícios como os referentes à maternidade ou licença parental.
Além disso, muitos deles já ultrapassaram seus anos de pico salarial, o que pode significar que têm mais flexibilidade quando se trata de estrutura de remuneração.
“O fato de uma pessoa ter trinta anos de experiência não significa necessariamente que estará fora da sua faixa de remuneração. É possível que seus filhos já tenham se formado e que tenham se mudado para uma residência menor”, diz Hyman. “Talvez só queiram se manter ativos ou retribuir à sociedade. A agenda é diferente. Eles não estão em busca de um cargo importante ou uma carreira”.
Uma das maiores economias de custo no que se refere aos trabalhadores mais velhos é a tendência de serem mais leais. De acordo com uma pesquisa da Pew Research 2016, 76% dos trabalhadores mais velhos trabalhavam na mesma empresa há pelo menos cinco anos – mais do que qualquer outra faixa etária.
“Os custos de rotatividade são muito maiores do que os custos com planos de saúde. Está em ordem de magnitude”, diz Hayman.
“Pesque onde há peixes”
Se quiser encontrar trabalhadores mais velhos talentosos, será necessário usar estratégias de contratação diferentes, diz Hyman. Publicar uma vaga em anúncios de emprego convencionais talvez não dê muito certo. Em vez disso, as empresas precisam explorar diversos canais de recrutamento – incluindo, por exemplo, organizações como a Associação Americana dos Aposentados, cujo programa “De volta ao trabalho depois dos 50” conecta trabalhadores mais velhos com informações, apoio e treinamento para a força de trabalho.
Várias empresas, especialmente as dos setores de hotelaria, alimentação e hospitalidade, estão encontrando novas formas de se conectar com grupos que talvez não façam suas buscas online. O Burger King, por exemplo, anuncia em centros comunitários e realiza recepções abertas a todos (Open House) para trabalhadores mais velhos que talvez queiram trabalhar em horário flexível em meio período. “Você precisa pescar onde há peixes”, diz Hyman.
Além disso, pode ser necessário tomar cuidado com a linguagem que usa. Como está descrevendo a função? A descrição de uma vaga direcionada a jovens de 25 anos talvez não seja atraente para uma pessoa de cinquenta e cinco anos. Mesmo a forma como você apresenta sua organização talvez deva ser reformulada. Pense em como você promoveria sua própria marca. Se no site da sua empresa as fotos são apenas de pessoas com menos de trinta anos, uma pessoa mais velha pode pensar: esse não é o lugar para mim.
“Você não fala com todos os seus clientes da mesma forma, então por que falaria com todos os seus possíveis segmentos de trabalhadores da mesma maneira?” Diz Hyman.
Em termos de pacotes de remuneração, o principal é ser flexível e sensível às motivações do funcionário. Muitas pessoas mais velhas não estão necessariamente buscando uma carga horária de 50 horas por semana, ou mesmo uma função em tempo integral. Talvez elas gostem de estar semi-aposentadas e provavelmente tenham menos interesse em acumular capital no longo prazo do que os contratados mais jovens. Assim, no curto prazo, elas podem ser mais receptivas em relação a remunerações em dinheiro.
“O ideal é descobrir o que elas estão procurando e não fazer muitas suposições”, diz Hyman. “Você poderá se surpreender imensamente”.
Gerenciando a força de trabalho intergeracional
Um dos benefícios mais duradouros da contratação de trabalhadores mais velhos é o excepcionalmente valioso papel que podem desempenhar como mentores dos colegas mais jovens. Um estudo da Deloitte de 2016 descobriu que havia maior probabilidade de a geração do milênio permanecer em uma empresa se tivesse um mentor. E mesmo que não haja um programa de mentoria, os trabalhadores mais jovens dizem que aprendem diversas habilidades com os colegas mais velhos, incluindo como gerenciar um aumento da carga de trabalho, delegar tarefas e gerenciar o tempo.
“Para um gerente mais jovem, ter um funcionário mais velho pode representar um benefício incrível”, diz Hyman. “No entanto, tal gerente mais jovem precisa ter a atitude certa e deve estar abertos a críticas. Para a pessoa mais velha, pode ser muito gratificante emocionalmente ser ouvido e respeitado devido ao seu conhecimento e experiência”.
A mentoria pode dar certo nos dois sentidos. Os trabalhadores mais velhos geralmente aprendem como construir e gerenciar suas reputações na era das redes sociais com seus colegas mais jovens. Algumas empresas já experimentaram os programas de “mentoria reversa”.
Porém, formar uma equipe intergeracional requer cuidado por parte da liderança. Nem todos os trabalhadores mais velhos desejam ser mentores, e os trabalhadores mais jovens podem ficar ressentidos com os horários flexíveis e o respeito dedicado aos seus pares mais experientes. Por isso, é importante estabelecer protocolos que beneficiem toda a equipe.
“Contratar trabalhadores com mais idade pela sua experiência e habilidades de mentoria tem benefícios óbvios”, diz Hyman. “Mas é necessário explicar por que está fazendo isso e justificar o caso internamente, de modo a estabelecer regras claras de engajamento de acordo com o que funciona na sua organização”.
Por exemplo, nos casos em que os trabalhadores mais jovens são designados para gerenciar colegas mais velhos – uma situação tensa para ambos os lados – ter um programa de treinamento implementado e um precedente para tudo, desde avaliações de desempenho até tempo de férias, ajudará a suavizar o caminho.
Por exemplo, o Programa de retorno do Goldman Sachs disponibiliza um grupo de trabalhadores maduros e talentosos para a empresa. O programa oferece 10 semanas de treinamento e mentoria para aqueles que tenham parado de trabalhar há mais de dois anos. A Deloitte tem um conjunto de carreiras profissionais disponíveis para trabalhadores que não estão direcionados para se tornarem sócios, mas que possuem conhecimento especializado importante.
“Deve-se fazer isso lentamente. Você vai querer controlá-lo e criar um estudo de caso de sucesso para que o seu pessoal possa ver as vantagens em primeira mão”.
Fonte: Texto publicado originalmente no site KelloggInsight, da Kellog School of Management/Revista Exame